28.4.09

Fase poltrona

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Se existe vontade, já existe alguma coisa. Mesmo que esteja ainda flutuando por cima da minha cabeça. Ou pode estar em baixo de mim mesma. De que lado esta bolha vem? E por que você acha que é uma bolha, se não existe clareza do que seja, nem uma cor que indique o sabor, nem uma sombra que sugira o formato, será áspero?
Mas que mania de querer pegar. Mas que mania de sinestésico. Quantas broncas já levei em museus. Broncas de diversas línguas. Eu não experimentei, só ouvi mesmo.
O que não me permite parar, eu sempre quero tocar. Qualquer coisa que seja. Mesmo que o toque não interfira na propriedade da coisa. Mas que coisa!
Desculpe, são as bolhas. Elas não adquiriram matéria ainda, e eu fico aflita porque sei, de certa maneira, quem são elas... só que não posso explicar. Eu não sei. Só sinto o que seja, da onde vêm e para onde querem ir. Usam-me como canal. Ainda bem que minha freqüência é boa, quase sempre.
Se me permite, desejo esperar. O momento propício para a tal se manifestar. No lugar certo. Você sabia que tudo tem seu lugar certo? Mesmo quando se está perdido, como o balão de ar, que voa longe. Uma ansiedade que se torna explosiva e eu preciso mastigar. Qualquer coisa gostosa. Mas e que lugar é este que vem e não chega?
A sensação é tudo. Eu posso ser bela e esbelta, mas uma mordida no chocolate ( nunca soube se já comi uma barra inteira) e a loucura torna-se viva dentro de mim, acreditando que minhas medidas cresceram. Torna-se agonia, mas só dentro de mim. Fora nada mudou. Nem um centímetro. Só não chequei as gramas.
E o dia está belo: um sol lindo numa tardezinha de outono. Eu poderia estar lá fora, fazendo mil coisas. Produzindo, indo de cá pra lá e de lá pra qualquer lugar, que não fosse aqui dentro. Por que acreditamos que a vida louca, louca vida que não pára, nem um segundo sequer, seja a verdade? A verdade é que aqui dentro é muito confortável. È quentinho, e tem uma poltrona linda debaixo da janela. E eu posso observar. Eu gosto assim e gosto do que vejo.
Como um bicho que fica na espreita, só aguardando o momento exato de agir, fico aqui sentindo as bolhas (boas). Na ansiedade de já estar ali e no aprendizado de que tudo tem sua hora. Será às 11:11? Quem sabe às 16:10. Adoro às 4 horas, hora do café que nunca tomo, mas sinto seu cheiro.

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