20.10.10

Dias de graça

Dias de graça. Dias de encontrar a alma. Buscá-la com os pés na areia, numa brincadeira de roda, numa gargalhada livre. Eu me encontro diante do mar. Livre e tão leve. É o vento que vem me buscar para eu dançar. Saio lá fora e encontro o cheiro de árvore de verão. O cheiro de brisa de férias. É o meu rosto corado e tão feliz.

(...)

Um dia de verão é tudo que se precisa para adubar a terra. Retirando as ervas daninhas, podando feliz e com a suavidade da água, faz-se florescer. Um rosto que brilha os olhos, uma vida que anda ampla, um sorriso que tem ar de criança. Hoje eu posso ser tudo isto, que meu sonho insiste em se tornar presente. Hologramas. Caçando borboletas. Caminho livre de vestido florido. Meus pés tocam as minhas reais raízes, aéreas. Eu viro uma estrela e faço uma invertida. Num dia de ioga. Numa vida mais bela. Você vê? É a luz cheia que tem cheiro de jasmim-manga. É a tarde que invade com uma espuma branca da alma do mar.