1.8.10

Em algum lugar ainda amor








A espera de ser reconhecido mais uma vez. Chegue um pouco mais perto, para que minha respiração encontre repouso nos seus sentidos. Adormeça e sinta o gosto de saber mais uma vez amor. No que corrói a indelicadeza, no que destrói o orgulho e o medo de não ser mais amado.

Uma vez reconhecido, permita a brisa passar. Levando tudo quanto dureza de ego. Apenas aclamando no que se chama aconchego por ser quem é. Por ter sido quem pudemos ser. Deixando tudo o que já se foi, ir. Apenas ir. Como a onda que toca macio a pele. Vem e volta para o mar. Como o beijo recebido. Vem e volta para si. Um corpo que tem alma. Vida a espera do novo. Na permissão do agora. Podemos ser quem quisermos. A escolha provém de nossa decisão. A inteligência opta pelo melhor, sempre. Na confiança nata de acertar a todo instante. É só o que eu posso ser, agora.

Mais uma vez em foco, os pesos dos dias sem fim derretem-se. Esparrama o corpo na cama para sentir, só mais uma vez. O que não tem ponto final, porque é cíclico. O que não cansa de seguir seu rumo. No que se firma sem esforço. Presença. Simplesmente é. Porque é real. E a verdade não se reprime por vaidade. Ela explode silenciosamente, e ultrapassa muros, pois não tem barreira. Permeia como água na cachoeira. Gela a ilusão e qualquer tipo de descontentamento. Coloca a si no lugar. O seu.

Passeia pelo mundo e volta, cheia de vida, cheia de si. Tão cheia que transborda. Transgride em si. Uma nova pessoa, um novo amanhã, um novo amor. Amor sempre mesmo. Mas que nunca permanece igual. Compreensão de que só o amor cura e fortalece bases. Amor que responde dúvidas. Amor que aquieta a mente. Amor que repousa o corpo cansado, para restabelecer vitalidade. Amor que não se cansa de ser quem é. Amor que é dono da verdade. Senhor da razão. Amor que com ele ninguém pode. Amor que tem poder e faz milagres. Tantos, que até perdemos de vista. Basta repousar os olhos sobre si, que ele estará ali, presente. Em algum lugar, ainda amor.


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