23.11.09



O dia insiste em continuar sonolento, pausado, atmosférico. Assim, como sons em voz de veludo, suave. A música que se projeta como luzes, pontos de luz, não ofuscam, não machucam. Só amortecem o barulho. São contínuos processos. Aberturas de canais. Todos os dias. Presente em todos os momentos. Não cessa. Não é interrompido. Não tem um ponto final. E soa assim, fluido. Contínuo. Como cambalhota no corpo de criança. A música caminha percorrendo o interior. Como a casa que mais gostamos. A mais agradável, tem flores e cheira bom. Sinto ondas de maresia, sinto ondas de pétalas, sinto ondas de ar. São o que são, e não há nada por definição. Insiste em permanecer vivo. Tão presente que a sensação é cada dia maior, mais intensa, mais real. Como a cor que enxergamos. Eu com o meu olhar. E você com o seu. Num segundo, assim como uma fração o entendimento solidifica-se em construção. Como o cimento nos tijolos. É uma construção tão bela, quanto o croqui que se faz. Primeiros traços que já determinam o projeto construído. Os pés na terra, e a força é tão imensa que a raiz pode arrancar qualquer paginação feita pelo homem. É tanta força, que a imensidão do que se sente é capaz de ultrapassar qualquer barreira, seja ela qual for a origem. Uma convicção tão exata, quanto a soma de 1+1. E uma explosão de sentimentos vêm à tona. Uma beleza, uma mágica, uma certeza. É a conexão com o que não se vê, com o que não é palpável, com aquilo que é pouco provável. Mas que existe, certo naquilo que se é. Firme naquilo que se sente. E nada mais é preciso. Insisto e solidifico, concretizando o que poucos conhecem. O que poucos se permitem sentir. Por medo, convicções ou descrença. Bas ta a fé e a entrega. E eu sinto, o amor Maior ...em mim.

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