Tudo quanto fosse obscuro permaneceria em repouso, adormecido como corpos sem vida. Receberiam a frieza das noites gélidas de outono. Tudo quanto enxergamos vida seria inanimado, inconsciente, incapaz de permanecer vivo. Uma fresta que se abre, banha toda superfície e atravessa limites no intuito de aquecer moléculas e renascer em vida. Cora tudo quanto existe, deixando a palidez para o inexistente, para o feto enquanto espera o momento de se mostrar real. Apenas uma passagem... e ela se materializa. A luz em sua propriedade única e indispensável. Luz, que em nós se personifica e que de nós se materializa. Luz que revela e que nada permanece escondido. Luz que evidencia e exalta a beleza. Luz que torna mais confortável e aconchegante nossas sombras. Luz que só se mostra bela pelos intervalos de sua existência. Intermitentemente, como o pulsar do coração. Em fragmentos de sua ausência encontra-se o potencial que a faz ser tão valorizada. Justamente o que nos faz sentir tão próximos a ela. Entre luzes e sombras manifestamos quem de fato somos. E nossa própria criação evidencia-se através dela. Cidades que se constroem ao longe e brilham feito estrelas no céu. Cidades que adentram nossa existência valendo-se dos lugares não habitados, para simplesmente acender uma chama. São as luzes de nossa consciência que se apossam de cada canto obscuro para trazer a tona toda a beleza que existe nestes lugares. Interiorizando ambientes, como sendo um palco de luz dramática e exteriorizando espaços, como luz do meio dia, a vida se torna clara e por hora ofuscada, mas nunca escura o bastante para se tornar o nada.
10.6.10
A magia da Luz
9.6.10
Anjo Verde
Um anjo verde, que tinha asas mas que prefiriu cortá-las para repousar em meus ombros.
Um anjo leve, que veio de longe e chegou cansada só para encontrar abrigo.
Um anjo de olhar carente que só se acalmava quando recebia amor.
E que sem eu pedir, me acarinhava com o seu barulhinho macio.
Quem me ensinou a nunca recusar dar amor.
Quem me escolheu para ser seu esconderijo predileto.
Sua dor latejava em silêncio, sem eu perceber que a única coisa que queria era sempre um pouco mais de conforto.
Meu presentinho , veio voando pela janela carregada de amor. E permitiu que ele ficasse inteiro comigo, você me entregou...até se esvaziar e voltar para sua verdadeira casa.
Quem me alegrou com as sapequices.
Quem me fez ver ...que Deus mora nos pequenos gestos. E com eles banha nossa alma de luz e amor.
Amor para sempre.